Há que dizer, com toda a certeza, que um filme que me faça pensar é, na minha opinião, um bom filme. E só por isso, já posso considerar este um bom filme!
Quanto a mim, David Lynch quis entrar na cabeça de uma mulher que se sente presa. Primeiro, presa a um casamento que não sabemos se a fará feliz (provavelmente não) e depois a proibição moral (e não só) de se envolver com outra pessoa que a poderia (ou não) fazer feliz.
Temos ainda o facto de que a história real da actriz e o argumento para o qual foi convidada abordam exactamente o mesmo tema, estando ela exactamente no mesmo papel. Isso já é razão suficiente para causar muitas confusões.
Depois temos ainda as partes em que entram 3 coelhos num palco de uma peça de teatro, que falam da existência de um segredo. Temos também o grupo de prostitutas que ora estão num apartamento, ora deambulam pelas ruas. Adiciona-se as partes, maioritariamente a preto e branco, daquilo que parece ser um filme polaco. E no fim parece que tudo se intersecciona, formando-se um todo com todos aqueles reflexos de diferentes espelhos. Serão espelhos dela? Serão todas aquelas imagens partes íntimas dela?
Quem vir o filme, que diga de sua justiça...